[Intro: Maria Bethânia]
Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Minha língua
Minha língua

[Verso 1: Capicua]
As quatro patas no chão, mas a mira apontada para o céu
Sou mais eu, sonho meu é enterrar o machismo num museu
Sou de um país sereia que é metade areia, que é metade água
Mãe epopeia e metade mágoa
Mãe europeia e a metade nada, sou dada
Sou toda tripeira, sou como a Ribeira
Com costela transmontana
Já fui grafiteira, virei a primeira
No rap Hardcore Montana
Mátria, p'ra mim, é a língua que é nossa e roça a de Camões
Ora pois
Mágica assim é a Lula, que canta a Rosinha dos limões
Sou balzaquiana, sou mais do que Ana
Eu sou Maria Capaz
Há fila indiana e é quotidiana, mas eu nem olho p'ra trás
Só quero esse jeito alegre de ser triste
Ser zuca honorária como Clarice
No país do futuro ser Alice
Sou mais eu, e já disse!
Venho da tribo, mas gosto do perigo
E cruzo com outros cantos
No meu umbigo, eu sou indivíduo
Mas vivo como outros tantos
E se isso é ser diverso, p'ra ser do verso há que ser livre
E quando tudo é adverso, eu faço o inverso p'ra que equilibre
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