
Cálice António Zambujo
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Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Afasta de mim esse cálice, pai
Afasta de mim esse cálice
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quеro lançar um grito desumano
Que é uma maneira dе ser escutado
Este silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada p'ra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Afasta de mim esse cálice, pai
Afasta de mim esse cálice
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Afasta de mim esse cálice, pai
Afasta de mim esse cálice
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quеro lançar um grito desumano
Que é uma maneira dе ser escutado
Este silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada p'ra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Afasta de mim esse cálice, pai
Afasta de mim esse cálice
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
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