[Intro]
"...Tive de sair da cama ir pr'o drama que me agrega
'Tou sem chama nesta merda desta trama que me enforca
Já tou atrasado, visto rápido, como rápido
Atrapalhado já é hábito, é o prefácio do meu dia..."
-Keidje? Acorda Keidje, vais chegar atrasado ao trabalho
-Foda-se
[Verse 1]
Acordo mais uma vez cansado
Com o corpo todo amassado, dorido e triturado
Foda-se, esta vida acaba comigo
Não consigo aguentar isto, cada dia é um castigo
Olho p'ra ela do meu lado, já não me sinto encantado
O nosso amor está caducado
É óbvio, rotina quebra o encanto
No inicio somos um só, depois é cada um para seu canto
Já não sinto aquela chama quando olho nos olhos dela
Já não sinto aquela gana de fazer amor com ela
Agora cada mínima coisa acaba em discussão
Todos os dias confusão, dramas e novas querelas
Tomo um banho visto-me a mil à hora
Digo ao puto para se levantar e ele como sempre demora
Ele grita, rebola, esperneia não se controla
Diz que não quer ir pa escola, que só sai da cama as 11 horas
Não há nada neste mundo que eu ame mais o meu filho
Mas a vezes só o consigo ver como um empecilho
Não aguento o trabalho que me dá, deixa-me estourado
Rouba-me imenso tempo fico desolado
Bato-lhe para ele sair da cama e ele lá se despacha
Pronto todo acelerado, sai mais uma vez atrasado
Deixo-o na escola vou a correr po autocarro
Entro no bus e reparo num ambiente consternado, insano
Vejo toda a gente deprimida desmotivada
Para uma jornada laboral homicida
Olhares distantes, sem planos pesarosos
Espíritos silenciosos, repelosos e cavernosos
Gente como eu que hipotecou os sonhos
E que se entregou à fatalidade desse destino medonho
Destino, dos homens escravos de um salário
Presidiários de sobrevivência do trabalho precário
Vou do autocarro po metro, do metro p'a outro autocarro
Chego ao trabalho e encaro com o meu karmo sanguinário
Este trabalho repetitivo, exaustivo, psicologicamente corrosivo
Ter que dividir o espaço com colegas insuportáveis
Que mandam piadas miseráveis e bocas dispensáveis
Fico sempre ultra sensível nestas horas
E a contar os segundos até a hora de ir embora, foda-se
Saio às 6 vou outra vez para o autocarro
Vejo outra vez toda a gente perdida no desamparo
Gente vazia, sem utopias, que representam a maioria da realidade que eu encaro
"...Tive de sair da cama ir pr'o drama que me agrega
'Tou sem chama nesta merda desta trama que me enforca
Já tou atrasado, visto rápido, como rápido
Atrapalhado já é hábito, é o prefácio do meu dia..."
-Keidje? Acorda Keidje, vais chegar atrasado ao trabalho
-Foda-se
[Verse 1]
Acordo mais uma vez cansado
Com o corpo todo amassado, dorido e triturado
Foda-se, esta vida acaba comigo
Não consigo aguentar isto, cada dia é um castigo
Olho p'ra ela do meu lado, já não me sinto encantado
O nosso amor está caducado
É óbvio, rotina quebra o encanto
No inicio somos um só, depois é cada um para seu canto
Já não sinto aquela chama quando olho nos olhos dela
Já não sinto aquela gana de fazer amor com ela
Agora cada mínima coisa acaba em discussão
Todos os dias confusão, dramas e novas querelas
Tomo um banho visto-me a mil à hora
Digo ao puto para se levantar e ele como sempre demora
Ele grita, rebola, esperneia não se controla
Diz que não quer ir pa escola, que só sai da cama as 11 horas
Não há nada neste mundo que eu ame mais o meu filho
Mas a vezes só o consigo ver como um empecilho
Não aguento o trabalho que me dá, deixa-me estourado
Rouba-me imenso tempo fico desolado
Bato-lhe para ele sair da cama e ele lá se despacha
Pronto todo acelerado, sai mais uma vez atrasado
Deixo-o na escola vou a correr po autocarro
Entro no bus e reparo num ambiente consternado, insano
Vejo toda a gente deprimida desmotivada
Para uma jornada laboral homicida
Olhares distantes, sem planos pesarosos
Espíritos silenciosos, repelosos e cavernosos
Gente como eu que hipotecou os sonhos
E que se entregou à fatalidade desse destino medonho
Destino, dos homens escravos de um salário
Presidiários de sobrevivência do trabalho precário
Vou do autocarro po metro, do metro p'a outro autocarro
Chego ao trabalho e encaro com o meu karmo sanguinário
Este trabalho repetitivo, exaustivo, psicologicamente corrosivo
Ter que dividir o espaço com colegas insuportáveis
Que mandam piadas miseráveis e bocas dispensáveis
Fico sempre ultra sensível nestas horas
E a contar os segundos até a hora de ir embora, foda-se
Saio às 6 vou outra vez para o autocarro
Vejo outra vez toda a gente perdida no desamparo
Gente vazia, sem utopias, que representam a maioria da realidade que eu encaro
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