Original da cidade de Macaé, no interior do Rio de Janeiro, Fernando Kep é um MC notável dessa nova geração. Com um teor introspectivo, ao mesmo tempo agressivo e direto, trata sobre diversos assuntos, que vão desde críticas ao cenário musical à sensibilidade artística. O autonomeado "MC do Overthink" é uma grande revelação ao rap nacional, tendo seu trabalho citado como uma recomendação nossa no "Fraga #1".Foto: DivulgaçãoEm 2018, lançou seu EP de estreia intitulado "Chama Raul", em que obteve uma boa repercussão, vendendo mais de 1000 cópias e com mais de 4 mil visualizações, o levando a participar do programa Brasil Grime Show, dentre os diversos show feitos no Rio de Janeiro.
VADEM MECUM (do latim, "vamos juntos", "vem comigo"), lançado em 2020, é a mixtape de estreia de Fernando Kep, onde deixa claro, nas suas 16 faixas, o objetivo de transmitir uma imagem pessoal do que tem vivido e uma oportunidade para a auto-reflexão, como o mesmo diz sobre a obra:aqui você vai encontrar um pouco sobre amor, muito desabafo, idealizações utópicas, aversão e raiva. Acredito que o assunto mais recorrente é a auto reflexão, o ato de analisar e re-analisar cada situação, portanto, “estar” e não “ser” é a premissa principal.Foto: Capa da mixtape "VADE MECUM"Produzido por Druk Beatz, Felipe Inki, DNA, BBKingSL e Difunto Beats e com participações de Juju Rude, Amanda Amado, JOCA, Faguera, KR , Douglas DMT, Drewan MC e L3lis, VADE MECUM aborda temas que envolvem críticas sociais, autoanálise e o cosmos que circunda o artista.
Confira abaixo os comentários e avaliações da equipe:Em 16 faixas o artista compartilha uma mistura de sentimentos, que vai desde o seu histórico no rap com a "Intro" do EP ("Marco Zero"); a sua perspectiva sobre o processo de composição, na segunda faixa "Real Oficial", acompanhada de um videoclipe que retrata a dinâmica de compor e o conflito interno de um letrista, como dito na música: "Pra essa letra eu não esperei inspiração, tive que escrever, sou profissional/vou me descrever, afinal eu sou real.", até seu envolvimento em relacionamentos, seu desabafo sobre o Governo, o qual o próprio Kep diz ser a primeira vez que fala diretamente sobre o assunto, na faixa 7 "Ranço (Cheio de Ódio)" e introspecção, como um "papo para si mesmo", onde retrata: "preciso me cuidar, antes de salvar alguém preciso salvar esse que vos fala em rimas".
Desde seu primeiro EP Raul, Fernando Kep vem mostrando sua ligação forte com a real origem do Hip-Hop, com temas politizados e abordando sua vivência de rua. Em VADE MECUM, há um ótimo trabalho de auto-análise que aborda uma visão diferente do autor, o qual propõe aos ouvintes um momento de auto cuidado e reflexão: "deixe de lado o celular, fique numa posição confortável, deixe livre seus pensamentos para que vocês possam aproveitar este mar de ideias, absorvendo não só as ideias, mas as vibrações sonoras que os beats proporcionam."
O EP destrincha diversas formas de compor e diferentes ritmos, permeando o BoomBap, o Trap e até mesmo uma faixa com o beat do funk, em "Faixa de Gaza", que com certeza deixa os fãs ansiosos pro bate cabeça nos shows. Além disso, conta com a participação de vários artistas e produtores.
Kep foi certeiro nesse EP e sem dúvida conversou com muitos por meio de suas letras, deixando um dos principais recados: "se não aprendeu a se amar, melhor se apressar!"— Luísa DameãoO que impressiona logo na primeira ouvida de Vade Mecum é a versatilidade de Fernando Kep. Característica disposta nos estilos de rima, nas temáticas e na produção das 16 faixas que compõem a mixtape. As mudanças no flow de Kep se estendem as mudanças vocais que se encaixam muito bem nos diferentes ritmos da obra. Contudo, como qualquer artista, o rapper possui suas limitações que são - as vezes - resolvidas pelas participações. Os versos de nomes como Lucas KR, Douglas DMT, Juju Rude, assim como as vozes de Amanda Amado, Lelis e Hudde abrilhantam as respectivas faixas que participam, dividindo igualmente o espaço com Kep. Em "Ranço (cheio de ódio)" que a participação de JOCA toma o protagonismo do artista principal, que não consegue aparecer tanto na faixa. A mesma coisa acontece em "Clean", onde Kep não mostra a mesma qualidade de flow e tranquilidade demonstrada ao longo da mixtape, que possui beats mais lentos.
Vade Mecum é uma evolução muito visível de Kep em comparação ao seu primeiro EP, nos mostrando que é um artista disposto a ultrapassar seus limites, mas que ainda pode entregar ainda mais em um futuro bem próximo, nos deixando ansiosos para seus futuros trabalhos.
- Chermont
VADEM MECUM (do latim, "vamos juntos", "vem comigo"), lançado em 2020, é a mixtape de estreia de Fernando Kep, onde deixa claro, nas suas 16 faixas, o objetivo de transmitir uma imagem pessoal do que tem vivido e uma oportunidade para a auto-reflexão, como o mesmo diz sobre a obra:aqui você vai encontrar um pouco sobre amor, muito desabafo, idealizações utópicas, aversão e raiva. Acredito que o assunto mais recorrente é a auto reflexão, o ato de analisar e re-analisar cada situação, portanto, “estar” e não “ser” é a premissa principal.Foto: Capa da mixtape "VADE MECUM"Produzido por Druk Beatz, Felipe Inki, DNA, BBKingSL e Difunto Beats e com participações de Juju Rude, Amanda Amado, JOCA, Faguera, KR , Douglas DMT, Drewan MC e L3lis, VADE MECUM aborda temas que envolvem críticas sociais, autoanálise e o cosmos que circunda o artista.
Confira abaixo os comentários e avaliações da equipe:Em 16 faixas o artista compartilha uma mistura de sentimentos, que vai desde o seu histórico no rap com a "Intro" do EP ("Marco Zero"); a sua perspectiva sobre o processo de composição, na segunda faixa "Real Oficial", acompanhada de um videoclipe que retrata a dinâmica de compor e o conflito interno de um letrista, como dito na música: "Pra essa letra eu não esperei inspiração, tive que escrever, sou profissional/vou me descrever, afinal eu sou real.", até seu envolvimento em relacionamentos, seu desabafo sobre o Governo, o qual o próprio Kep diz ser a primeira vez que fala diretamente sobre o assunto, na faixa 7 "Ranço (Cheio de Ódio)" e introspecção, como um "papo para si mesmo", onde retrata: "preciso me cuidar, antes de salvar alguém preciso salvar esse que vos fala em rimas".
Desde seu primeiro EP Raul, Fernando Kep vem mostrando sua ligação forte com a real origem do Hip-Hop, com temas politizados e abordando sua vivência de rua. Em VADE MECUM, há um ótimo trabalho de auto-análise que aborda uma visão diferente do autor, o qual propõe aos ouvintes um momento de auto cuidado e reflexão: "deixe de lado o celular, fique numa posição confortável, deixe livre seus pensamentos para que vocês possam aproveitar este mar de ideias, absorvendo não só as ideias, mas as vibrações sonoras que os beats proporcionam."
O EP destrincha diversas formas de compor e diferentes ritmos, permeando o BoomBap, o Trap e até mesmo uma faixa com o beat do funk, em "Faixa de Gaza", que com certeza deixa os fãs ansiosos pro bate cabeça nos shows. Além disso, conta com a participação de vários artistas e produtores.
Kep foi certeiro nesse EP e sem dúvida conversou com muitos por meio de suas letras, deixando um dos principais recados: "se não aprendeu a se amar, melhor se apressar!"— Luísa DameãoO que impressiona logo na primeira ouvida de Vade Mecum é a versatilidade de Fernando Kep. Característica disposta nos estilos de rima, nas temáticas e na produção das 16 faixas que compõem a mixtape. As mudanças no flow de Kep se estendem as mudanças vocais que se encaixam muito bem nos diferentes ritmos da obra. Contudo, como qualquer artista, o rapper possui suas limitações que são - as vezes - resolvidas pelas participações. Os versos de nomes como Lucas KR, Douglas DMT, Juju Rude, assim como as vozes de Amanda Amado, Lelis e Hudde abrilhantam as respectivas faixas que participam, dividindo igualmente o espaço com Kep. Em "Ranço (cheio de ódio)" que a participação de JOCA toma o protagonismo do artista principal, que não consegue aparecer tanto na faixa. A mesma coisa acontece em "Clean", onde Kep não mostra a mesma qualidade de flow e tranquilidade demonstrada ao longo da mixtape, que possui beats mais lentos.
Vade Mecum é uma evolução muito visível de Kep em comparação ao seu primeiro EP, nos mostrando que é um artista disposto a ultrapassar seus limites, mas que ainda pode entregar ainda mais em um futuro bem próximo, nos deixando ansiosos para seus futuros trabalhos.
- Chermont
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