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Subúrbios - Valete
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Subúrbios Valete

Subúrbios - Valete
[Intro]
Subúrbios
Onde a realidade é sinistra e não dá abébias

[Verso 1]
Cinco da matina
Já todos caminham 'po mesmo enredo
Porque nos subúrbios o sol levanta sempre mais cedo
É um povo escravizado nesta sociedade de extremos
Trabalham duas vezes mais e ganham duas vezes menos
Sentes o cheiro intenso que esses homens trazem no sovaco
Porque não há desodorizante que abafe
O suor do trabalho escravo
Manos encharcam na bebida todo o espírito frustrado
Por cada garrafa que acaba há uma esposa c'o olho inchado
Ainda acreditas que o futuro será diferente do passado
Aqui não dá para dormir quanto mais para sonhar és parvo!
Aqui o Diabo choca e atua
Às vezes para veres o Inferno
Basta abrires a porta da rua
Negros dos subúrbios são sempre vistos como gente a mais
Para as discotecas africanas eles são pretos demais
São 22 horas ainda há gente no trabalho
Porque para os suburbanos a lua levanta sempre mais tarde

[Refrão]
Onde a tua mãe aos 14 engravidou
Onde o teu pai semeou e não ficou
Onde a pobreza penetrou e se instalou
Subúrbios, onde Deus nunca passou
Onde a polícia espancou e assassinou
Onde o meu povo lagrimou e ripostou
Onde o meu flow escureceu e congelou
Subúrbios, onde Deus nunca passou
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