Velho Sermão Ivan Lins
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Um velho de barba bem comprida
Numa praça bem perto da estação
Com Jesus numa cruz toda encardida
Contava histórias do sertão
Sem saída caíram no mesmo beco
O boi que virou ossada só
O arvoredo que hoje é galho seco
E o rio que hoje é pedra e pó
De repente ele entristeceu a fala
O José foi ao brejo sem voltar
O João sucumbiu levando bala
E Maria casou longe do altar
A criança magrinha e barriguda
Tem farinha com água quando tem
Ele diz para o povo não se iluda
Essa terra do inferno é refém
Quase sol no mormaço, pouco brilho
Maldição fez um mal, que não se faz
Fez partir sua mulher e os seus filhos
Nos trilhos do trem-do-nunca-mais
E o povo baixando a cabeça
Como se pro sermão dissesse Amém
Apesar dessa vida tão avessa
Ainda guarda a ilusão do sol que vem
Numa praça bem perto da estação
Com Jesus numa cruz toda encardida
Contava histórias do sertão
Sem saída caíram no mesmo beco
O boi que virou ossada só
O arvoredo que hoje é galho seco
E o rio que hoje é pedra e pó
De repente ele entristeceu a fala
O José foi ao brejo sem voltar
O João sucumbiu levando bala
E Maria casou longe do altar
A criança magrinha e barriguda
Tem farinha com água quando tem
Ele diz para o povo não se iluda
Essa terra do inferno é refém
Quase sol no mormaço, pouco brilho
Maldição fez um mal, que não se faz
Fez partir sua mulher e os seus filhos
Nos trilhos do trem-do-nunca-mais
E o povo baixando a cabeça
Como se pro sermão dissesse Amém
Apesar dessa vida tão avessa
Ainda guarda a ilusão do sol que vem
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